sexta-feira, 31 de julho de 2015

CRONOLOGIA DAS PINTURAS DAS CATACUMBAS ROMANAS - SÉCULO II e III


A SAMARITANA JUNTO AO POÇO - FINS DO SÉCULO II - ROMA - CATACUMBA PRAETEXTATUS
(Clique na foto para ampliar)

Cronologia das pinturas das catacumbas: séculos II e III
Mantém-se a controvérsia a respeito das pinturas das catacumbas, em especial sobre a data das mais antigas. No século XIX, pensou-se que eram anteriores ao século I, mas hoje julga-se terem começado no século II.
Possivelmente, as pinturas mais antigas de túmulos romanos foram as da Cripta Ampliatus, na Catacumba Domitilla, na Via Ardeatina (A, B).  Na base da parede existe um lambrim pintado imitando mármore embutido e, acima deste, um anteparo parecido com uma série de tremós formado por uma sucessão de colunatas estreitas que infundem a noção de desempenhar realmente 'uma função estrutural. Esse género decorativo deriva do chamado «quarto estilo pompeiano» e parece representar um compartimento numa casa particular. Em confronto com um fresco de Óstia, dá a impressão de datar aproximadamente de meados do século II.
Os frescos que adornam as abóbadas e alguns vastos nichos no hipogeu dos Flávios, também na Catacumba Domitilla, são um pouco anteriores. Vários desenhos de retângulos, triângulos, círculos e trapézios destacam-se de um fundo claro. O interior, todo em volta, e' alegre e atraente, pela diversidade de pequenas flores, folhagens, aves e outros pequeninos seres,
O SACRIFÍCIO DE ABRAÃO - 225-240 D.C - ROMA - CATACUMBA PRISCILLA
(Clique na foto para ampliar)

Espalhados positivamente ao acaso. Esta técnica impressionista nota-se particularmente no famoso cupido alado que se encontra no alto de uma das abóbadas. Salienta-se pela sua atitude graciosa e pelo leve adejar das finas asas (p. 178). A abóbada da galeria principal do hipogeu está primorosamente decorada. A todo o comprimento tem suportes em que se enlaçam trepadeiras, produzindo um efeito extraordinário. As próprias trepadeiras, em conjunto com os tons pálidos do teto, dão a impressão de estarem iluminadas por uma luz radiante.
As pinturas da Câmara de Urania, na Catacumba Praetextatus, em Roma, que se descobriu agora serem do fim do século ir, contêm cenas do Novo Testamento: a Ressurreição de Lazaro, a Samaritana junto do Poço (c) e a tão falada Coroação de Espinhos (D). Estão feitas em escuro, com raios brancos e amarelos em pontos estratégicos, dando-lhes extraordinário realce.
CENA DO CICLO DE SUSANA - FINS DO SÉCULO II - ROMA - CATACUMBA PRISCILLA
(Clique na foto para ampliar)

Na Catacumba Lucina, em Roma, há pinturas com peixes simbólicos, cestos com pão e vinho, representando Cristo e a Sagrada Eucaristia. Na Catacumba Callixtus, também em Roma, existem cenas, que se julga serem parte do Ciclo de Jonas, pintadas nas abóbadas da chamada Câmara dos Sacramentos. Esses frescos são provavelmente anteriores ao século III, como os da Cappella Greca, na Catacumba Priscilla, em Roma. O mais remoto (como, por exemplo, Cristo Partindo 0 Pão) fica no exterior, sobre um fundo vermelho (p. 179); os outros, mais recentes, como, por exemplo, os do Ciclo de Susana, têm a contrastar um fundo amarelo (E).
Outra pintura executada nos meados do século III a famosa Virgem Arenária e o Menino, na seção anexa da mesma catacumba (p. 180). É a mais antiga pintura da Virgem que se conhece c parece irradiar um poderoso sentimento humano e realista.
A COROAÇÃO DE ESPINHOS - FINS DO SÉCULO II - ROMA - CATACUMBA PRAETEXTATUS
(Clique na foto para ampliar)

Outros frescos de grande mérito artístico são os que ornam o hipogeu dos Aurélios. Apresentam as solenes figuras dos apóstolos ladeados por cenas narrativas; estão retratados de acordo com o ritmo e as proporções clássicas, com extrema leveza de formas. Os eruditos concordam quase unanimemente em que essas pinturas devem datar de 225 a 240.
Aproximadamente a mesma época foi atribuída ao fresco representando o sacrifício de Abraão, na Câmara Velata, da Catacumba Priscilla,
DECORAÇÕES DAS PAREDES DA CRIPTA DE AMPLIATUS - 150 D.C. - ROMA - CATACUMBA DOMITILLA
(Clique na foto para ampliar)

Onde a figura do patriarca contrasta com um fundo claro, numa composição extremamente bem equilibrada Representa o momento anterior ao sacrifício, quando Abraão se detém ao lado de Isaac, seu filho, que traz um molho de palha às costas. A técnica das pinceladas fortesie rápidas foi aplicada nas sombras claras dos olhos, do nariz e do queixo das duas figuras (F). Os frescos da domus ecclesine (casa-igreja) e a sinagoga em Dura Europos, na Mesopotâmia, pertencem ao mesmo período, ou até ao anterior. Dura Europos era uma cidade fronteiriça romana, descoberta em 1931.
Tinha sido capturada e destruída pelos Persas no ano 256, pelo que os achados ali efetuados se revestiram do maior significado para determinar a data desses antigos frescos. Os da domus ecclesíae que representam cenas do Antigo e Novo Testamentos e constituem os mais antigos frescos de baptistério existentes; os da sinagoga proporcionaram o único exemplo hebraico de paredes cobertas inteiramente de pinturas (p. 181). Um dos mais importantes aspectos das pinturas de Dura Europos é a enorme série de assuntos dos dois Testamentos.

DECORAÇÕES DAS PAREDES DA CRIPTA DE AMPLIATUS - 150 D.C. - ROMA - CATACUMBA DOMITILLA
(Clique na foto para ampliar)



A ARTE CRISTÃ PRIMITIVA - SÉCULOS III E IV

ÂNCORA E O PEIXE - SÉCULO III - ROMA - CATACUMBA PRISCILLA
(Clique na foto para ampliar)

A ARTE CRISTÃ PRIMITIVA
Declínio do Império Romano O Império Romano declinou lentamente, no período compreendido entre os séculos III e IV, o que deu azo a que o impulso à arte oficial fosse proporcionado pelo Estado e por uma economia em expansão. O povo voltou-se para o mistério religioso de Leste, para o conforto espiritual numa época de confusão, em que se difundia o interesse pelo judaísmo, até este ser eclipsado pelo cristianismo.  Desde que o Império foi assolado pelas invasões bárbaras, a lealdade passou a ser uma alternativa espiritual, e a escolha imperial do culto religioso era uma expressão do destino do Império. Por essa época, a igreja cristã desenvolvia se- Arigenes tornara a cristandade respeitada intelectualmente (c. l85-253) e não podia ficar ignorada por muito tempo.
As perseguições de Décio, Valeriano e Diocleciano de nada valiam; e quando Galério, então governador da parte leste do Império Romano, invadiu a Itália, voltou-se para o cristianismo, cujo deus, na sua opinião, o tinha magoado. Fora um dos que aconselhara Diocleciano a perseguir os cristãos, e agora promulgava a lei da tolerância. Esse ato, porém, não lhe assegurou a vitória. Após a batalha de Ponte Milvius, perto de Roma, ganha por Constantino, este proclamou, em 313, o Edito de Milão, de acordo com Licínio, e o cristianismo foi admitido como religião.
JERUSALÉM CELESTE - 230-240 D.C - ROMA - HIPOGEU DOS AURÉLIOS
(Clique na foto para ampliar)

O alvorecer do cristianismo
Os primeiros modelos da arte cristã provêm do desenvolvimento artístico que ocorreu nos últimos séculos do Império Romano. Como os primeiros cristãos viveram numa época de elevada cultura, é perfeitamente lógico que tenham tomado avanço na corrente que tendia para as artes decorativas e ai imprimissem a expressão da sua própria religião e das suas aspirações espirituais. Conquanto adoptassem a linguagem artística vulgar, por necessidade ou em alternativa, nunca exprimiram os seus ideais do Evangelho senão no seu próprio estilo.
Também é significativo que o testemunho artístico dos primeiros cristãos, que mantinham a fé para alcançar melhor vida no futuro, se revelasse na pintura e escultura dos túmulos-indicação clara de que o seu principal interesse não consistia na vida deste mundo, mas na que devia vir para além dos limites do tempo.

CATACUMBA ROMANA - CEMITÉRIO DOS PRIMEIROS MÁRTIRES CRISTÃOS 
(Clique na foto para ampliar)


Pintura
Julga-se que nas catacumbas de Roma estejam as mais antigas pinturas cristãs (B). Por vezes, encontram-se pinturas dessas nas decorações de paredes das criptas, ou caves subterrâneas, onde foram sepultadas e veneradas as relíquias dos mártires, e também nas abóbadas e paredes dos nichos, geralmente quadrados, destinados a túmulos que devem ter pertencido a uma só família. Veem-se com menos frequência rios corredores dos túmulos. A técnica usada era a pintura a fresco.
Nem todas essas pinturas cristãs atingem alto grau artístico. Não conseguiram chegar a uma expressão lírica ou um verdadeiro sentido poético, por terem sido executadas principalmente por simples artistas e artificcs que repetiam certas cenas tiradas da arte popular, distinta das tradições da classe mais elevada. Trabalhavam com diferente nível de perícia, mas com escasso respeito pela estética. O declínio da forma clássica na última arte romana pode explicar-se pelo renascimento do elemento popular. Na cena da Jerusalém Celeste, no hipogeu (câmara fúnebre) dos Aurélios em Roma (C), a visão aérea tem sido atribuída a uma origem popular. A suprema indiferença pela forma clássica nas figuras de Adão e Eva (D) da Catacumba de San Pietro e San Marcellino, em Roma, pode ter a mesma origem.

ADÃO E EVA - MEADOS DO SÉCULO VI - ROMA - CATACUMBAS DE SÃO PEDRO E SÃO MARCELLINO
(Clique na foto para ampliar)



quarta-feira, 29 de julho de 2015

PINTURA DECORATIVA ROMANA


PORMENOR DE CHÃO DE MOSAICO - SÉCULO IV - PIAZZA - AMERINA - SICÍLIA - VILA 
ROMANA DEL CASALE
(Clique na foto para ampliar)

Pintura decorativa romana
Os nossos conhecimentos sobre a pintura romana não provêm da arte oficial de Roma, mas da decoração de casas particulares e túmulos. Do século ir a. C. ao ano 79 da nossa era, a história da pintura romana decorativa encontra-se bem documentada nas paredes das casas de Pompeia e Herculano, assim como em delicados exemplares em Roma e noutras partes da Itália. Do ano 79 em diante, a evidência é muito mais fragmentária algumas casas, túmulos pintados e, a partir do século In, as pinturas das catacumbas cristãs em Roma.

DISCÓRIDES DE SAMOS - MENDIGOS E MÚSICOS - 100 A.C. - NÁPOLES - MUSEO NAZIONALE
(Clique na foto para ampliar)

O primitivo estilo romano de decoração interior é comum numa vasta área do território helenístico, e certamente foi introduzido na Itália vindo do Leste da Grécia. Nesse estilo, a parede era concebida para dar a ideia de placas de mármore de diversas cores, imitando as construções de alvenaria da Grécia (p. 167). Este estilo primitivo foi a base arquitetural de toda a decoração interior romana que se seguiu. O chamado «estilo de Pompeia» transformou esse esquema-base, fazendo um retrocesso da parede por meio da perspectiva da arquitetura, que, segundo parece, deriva dos cenários de teatro helênico, mostrando uma vista de um parque e jardim ou figurando cenas e paisagens atrás de colunas. Os maiores frisos pintados, tais como os da Villa dei Misteri, em Pompeia (p. 168), ou as Paisagens da Odisseia, agora estão ligados a este segundo estilo de decoração. Correntes posteriores em desenho decorativo consistiam em fazer as paredes ou parte delas como se fossem um biombo aparentemente ocultando a vista, ou, por vezes, como uma superfície plana, dividida em painéis por desenhos de fantástica arquitetura, como os «grotescos» da Casa Dourada de Nero que inspiraram a obra de Rafael nas Loggie do Vaticano. O estilo de decoração de paredes compreende muitas vezes painéis pintados sobre o fundo.
O CAVALO DE TRÓIA - DE POMPEIA - SÉCULO I - NÁPOLES - MUSEO NAZIONALE
(Clique na foto para ampliar)

O último estilo do ano 70, aproximadamente, introduz novamente visões barrocas de arquitetura no plano de fundo. Nos esquemas de decoração, os artistas introduziam uma rica variedade de motivos *frisos e painéis, vistas de mar e campo, paisagens com figuras, naturezas-mortas, retratos, etc. A origem desta pintura vem, na sua maior parte, da Grécia, conquanto não seja fácil avaliar, pois as antigas versões romanas diferem das originais sobre elementos de pintura romana.
O CAVALO DE TRÓIA (PORMENOR) - DE POMPEIA - SÉCULO I - NÁPOLES - MUSEO NAZIONALE
(Clique na foto para ampliar)

O problema é bem claro nas ambiciosas composições de frisos no segundo estilo de paredes por exemplo, as que mostram as cerimónias da iniciação dos ritos dionisíacos na parede de um quarto da Villa dei Misteri, em Pompeia, onde as figuras são nitidamente inspiradas na arte helenística, apesar de toda a composição ser provavelmente feita por um romano da época. O mesmo problema surge no caso das cenas campestres que ilustram o décimo e undécimo livros da Odisseia, encontrados numa casa do Monte Esquilinho, em Roma, e atualmente na Biblioteca do Vaticano. Uma das características da última pintura helenística consiste no excessivo interesse pela paisagem, mas ignora-se o que as cenas panorâmicas, apresentadas como vistas de um ponto alto, com emprego considerável da perspectiva linear e aérea, devem ao estilo da época em que foram executadas. Como no caso da escultura, os pintores da época romana interessavam-se imenso pelos problemas do espaço e da perspectiva.

RAFAEL (PORMENOR) - DECORAÇÃO DA LOGGIA - 1519 - ROMA - VATICANO
(Clique na foto para ampliar)

De facto, nunca terminavam uma linha aérea de perspectiva, mas continuavam-na através da criação de magistrais efeitos ilusórios, como na Entrada do Cavalo na Cidade de Tróia e, em várias paisagens daquele período.  Essas pinturas eram feitas num estilo que se poderia
Chamar impressionista, com as figuras modeladas em manchas de tinta em claro-escuro.
Apesar de serem feitas por artistas modestos, os grandes painéis pintados com composições do terceiro e quarto estilos de Pompeia têm um interesse especial pela luz que projetaram nas obras-primas da pintura grega. Não há dúvida de que muitos foram copiados pelos famosos pintores gregos dos períodos clássico e helenístico, de que ainda existem várias réplicas.
Um exemplo típico consiste no quadro que nos mostra o herói Perseu libertando Andrômeda. O que sabemos sobre as últimas pinturas gregas provém dessas cópias romanas, conquanto esse conhecimento deva ser empregado cuidadosamente, visto que as réplicas diferem muito umas das outras. Mas nem todos os assuntos da pintura romana decorativa são gregos. A predileção por paisagens e jardins, como o magnífico jardim da Villa de Lívia, na Prima Porta, parece ser romana, assim como o gosto pelas naturezas-mortas e composições em trompe
Depois da destruição de Pompeia, no ano 79, é muito fragmentada a informação sobre o desenvolvimento da pintura romana. Continuaram a ser usadas as mesmas bases de decoração, e as paredes pintadas de Óstia e de outros locais ainda existentes são versões inferiores ou simplificadas de esquemas já conhecidos em Pompéia. Só se podem tirar as conclusões mais incertas sobre o estilo das figuras pintadas. No tempo de Trajano e Adriano, na primeira metade do século II, houve uma restauração do classicismo, com os seus finos contornos e precisa modelagem a cor, o que parece ter sido continuado no período antonino (138-192) pelo renascimento da maneira impressionista.
RAFAEL - A VIDA DE JESUS - DO TETO DA LOGGIA, 1519 - ROMA - VATICANO
(Clique na foto para ampliar)

Decoração em mosaico
A tradição da decoração em mosaico, no Império Romano, está estreitamente ligada à pintura. Os primitivos mosaicos de Pompeia eram executados em pequeníssimas tésseras (pequenos cubos de pedra colorida) e imitavam as pinturas gregas, tais como os famosos mosaicos de Alexandre, da Casa do Fauno, em Pompeia, que se crê serem copiados de pinturas do século IV A. C. As pinturas em trampe l`oeiI, cenas campestres e cenas de inspiração egípcia, parecem ser de inspiração helenística. Nos séculos Ir e In, os esquemas para tapetes, baseados no desenho geométrico, contendo figuras e outros pormenores pitorescos, constituem a mais típica decoração em mosaico, mas todas as composições com figuras em ponto grande que foram encontradas pertencem ao último período romano. Os mais belos exemplares são os mosaicos do século IV, da Piazza Armerina, na Sicília. No século IV, as mais belas decorações de tetos eram de mosaico, segundo a moda característica da arte primitiva bizantina e da arte cristã. Um dos mais expressivos exemplos é a decoração da abóbada do claustro de Santa Costanza, em Roma, que data de meados do século IV.
O painel pintada é uma porção distinta da parede numa espécie de moldura saliente. (Não se deve confundir com a emprega do termo que designa uma pintura móvel, geralmente executada sobre madeira.)

Muitas paredes pintadas fórum transferidas para painéis de madeira para conservação em museus. Às paredes de mosaico dentro de uma área definida são também apresentadas como painéis.

ESTÁTUA DE ANTÍNOO - 130 D.C. - DELFOS - GRÉCIA MUSEU

ESTÁTUA DE ANTÍNOO (PORMENOR) - 130 D.C. - DELFOS - GRÉCIA - MUSEU
(Clique na foto para ampliar)



CABEÇA DO IMPERADOR TRAJANO DÉCIO 250 D.C.

CABEÇA DO IMPERADOR TRAJANO DÉCIO - 250 D.C. - ROMA - MUSEO CAPITOLINO


A CABEÇA DO IMPERADOR CONSTANTINO - 313 D.C.

CABEÇA DO IMPERADOR CONSTANTINO - BASÍLICA DE CONSTANTINO - 313 D.C. - ROMA - PALAZZO DEI CONSERVATORI


RETRATO REPUBLICANO - ESTÁTUA DE UM HOMEM SEGURANDO BUSTOS

RETRATO REPUBLICANO - ESTÁTUA DE UM HOMEM SEGURANDO BUSTOS DOS SEUS ANTEPASSADOS - PRINCÍPIOS DO SÉCULO I - ROMA - PALAZZO BARBERINI
(Clique na foto para ampliar)

terça-feira, 28 de julho de 2015

ESTÁTUA DO IMPERADOR AUGUSTO - DA VILA DE LÍVIA - PRIMA PORTA


ESTÁTUA DO IMPERADOR AUGUSTO - VILA DE LÍVIA - PRIMA PORTA - 14 D.C.
(Clique na foto para ampliar)

0 mesmo desenvolvimento artístico que a escultura imperial em relevo. O realismo rígido do retrato no fim da República, nos derradeiros anos do último século antes de Cristo, transforma-se, pela perícia e delicadeza da escultura helenística, num gênero que, embora firmemente baseado na Natureza, idealiza as feições humanas. Estas características encontram-se bem patentes nos retratos oficiais idealizados do imperador Augusto, dos quais o mais belo é a famosa estátua da Villa de Lívia, na Prima Porta (D). Mostra o imperador em trajos militares; os relevos da couraça comemoram no ano 20 a. C., dos estandartes capturados pelos Partos na batalha de Carras. A pose deriva de uma estátua clássica grega, 0 rosto e a figuras mostram o imperador como ele desejava aparecer ao mundo. Tal como os relevos históricos, a escultura de retrato imperial tem a sua forma grandiosa e o seu estilo naturalista mais íntimo. Há bustos de Augusto que o apresentam como um homem em trajo civil, mais dócil, mais sensível, embora se revelem, não obstante, idealizados na concepção.
A arte de retrato de um reinado depende, em larga escala, do gosto particular do imperador. Com os imperadores Flavianos registou-se uma reação contra a tradição idealística nos estudos do retrato de Vespasiano

CABEÇA DE VESPASIANO - 70 D.C. - LONDRES - BRITISH MUSEUM
(Clique na foto para ampliar)

No tempo de Trajano e Adriano, a tendência idealista volta ao primeiro plano. Nota-se principalmente na barba dos retratos do imperador Adriano e nas estátuas do seu favorito Antínoo (B), que morreu no ano 130, e cujos retratos foram encontrados em diversos lugares do Império Romano. Nos retratos de Marco Aurélio (161-180) (p. 30, c), há uma mudança fundamental, do mesmo género de ‹‹expressionismo›> encontrado nos relevos históricos da época. Os escultores atentavam muito mais na interpretação das características fisicas do homem. Tentaram pôr de parte elementos de carácter e experiência, e simplificar, ou até mesmo modificar, o rosto e a expressão. Em muitos retratos do século nr, como na cabeça do imperador Trajano Décio (C), notam-se, como decerto '-se pretendia, os sofrimentos e as tragédias da época transparecendo nos olhos. Ao primeiro relance, o estilo pesado dos retratos do tempo de Diocleciano, no fim do século III, é uma reminiscência da pintura republicana; mas a escultura, simplificando a forma, tenta levar a uma visão completamente diferente, que, alguns anos mais tarde, conduz à nova concepção da pintura, em que a Natureza era transformada num desprendimento desumano de uma pureza simbólica que exprimia a majestade do imperador Constantino

BUSTO DE MARCO AURÉLIO - 175 D.C. - ROMA - MUSEO NAZIONALE ROMANO
(Clique na foto para ampliar)

MAIS FORMAS DE RELEVOS - SARCÓFAGO DO FILÓSOFO 160 - 313 D.C.

APOTEOSE DO IMPERADOR ANTONINO E DE SUA MULHER FAUSTINA - A BASE DA COLUNA DE ANTONINO PIO - 161 D.C. ROMA - MUSEU DO VATICANO
(Clique na foto para ampliar)

A CHACINA DOS BÁRBAROS: DA COLUNA DE MARCO AURÉLIO - 180 D.C. - ROMA
(Clique na foto para ampliar)

SARCÓFAGO DO FILÓSOFO - POSSÍVELMENTE DO IMPERADOR GALIENO - 268 D.C.
ROMA - MUSEU LATERANO
(Clique na foto para ampliar)

SARCÓFAGO DA BATALHA DE LUDOVISI - 313 D.C
ROMA MUSEU LATERANO
(Clique na foto para ampliar)







segunda-feira, 27 de julho de 2015

A VIRGEM O FILHO DE DEUS E SÃO JOÃO BATISTA JAN VAN EYCK


A VIRGEM O FILHO DE DEUS E SÃO JOÃO BATISTA - RETÁBULO DE GHENT - 1432 
GHENT, CATEDRAL DE ST. BAVON
(Clique na figura para ampliar)

Pintar de grande capacidade técnica que se concentrou na cor e na luz Jan van Eyck nasceu provavelmente em 1385. Era mais novo que seu irmão Hubert cerca de vinte anos. Tornou-se companheiro de trabalho de Hubert, e os dois estudaram profundamente as propriedades das cores. Embora a pintura a óleo já tivesse sido utilizada, fez muito para aperfeiçoar os materiais usados e conseguiu encontrar o brilho da cor e a consistência da superfície, tão notáveis na sua obra.
Pouco se conhece dos primeiros anos da vida dos irmãos, mas, em 1422, Jan, tendo deixado a oficina de Hubert, tornou-se o pintor de João da Baviera, conde da Holanda, que então vivia na Haia. Três anos mais tarde, entrou ao serviço de Filipe, 0 Bom. Duque da Borgonha, para quem desempenhou várias missões, algumas muito diferentes da pintura, entre elas missões diplomáticas, como em 1428, por exemplo, quando foi membro de uma missão enviada para pedir a mão da futura noiva de Filipe, a infanta Isabel de Portugal.

O ANJO DA ANUNCIAÇÃO - RETÁBULO DE GHENT - 1432 
GHENT, CATEDRAL DE ST. BAVON
(Clique na figura para ampliar)

Jan van Eyck casou e fixou-se em Bruges, onde em 1431 comprou a casa que foi sua residência até morrer. Foi durante os seus últimos dez anos de vida que executou a maior parte dos quadros em que assenta a sua imensa reputação. Tem sido sempre um problema distinguir o trabalho dos irmãos Van Eyck enquanto trabalharam juntos, mas a obra posterior de Jan é facilmente identificada. Viajou por Espanha e Portugal, e ai observou o efeito do brilho do sol, assim como a formação das 'rochas e montanhas, tudo tão diferente da melancolia e monotonia da paisagem do seu país natal. Embora fosse ainda muito cedo para dominar as regras da perspectiva, Jan foi o mestre incomparável da beleza da tonalidade, da variedade do cenário e de uma minuciosa perfeição no acabamento.

ADORAÇÃO DO CORDEIRO MÍSTICO - PAINEL CENTRAL DO RETÁBULO DE GHENT - 1432 - GHENT, CATEDRAL DE ST. BAVON
(Clique na figura para ampliar)

Atualmente, depois de ter sofrido muitas vicissitudes, encontra-se na Catedral de St. Bavon, em Ghent, a sua Adoração do Cordeiro Místico, que pertence à decoração do altar. É talvez, dos trabalhos de conjunto dos irmãos Van Eyck, 0 mais famoso. Tem cerca de sete metros de altura por treze de largura. Uma inscrição, sem dúvida acrescentada mais tarde, indica que foi principiada por Hubert, «que não era o mais famoso››, e acabada por Jan em Maio de l432. Os críticos divergem ao atribuírem a parte que cada um dos irmãos teve na obra, mas geralmente concordam que os painéis representando Adão e Eva e os retratos dos doadores são obra de Jan van Eyck. Todo o retábulo do altar tem grande interesse, pois é uma tentativa antecipada para dar o aspecto e a atmosfera de vida*a uma pintura que ainda conserva muito da tradição da pintura religiosa e do retrato.

A VIRGEM ANUNCIADA  - RETÁBULO DE GHENT - 1432 
GHENT, CATEDRAL DE ST. BAVON
(Clique na figura para ampliar)

Há poucas obras datadas e assinadas por Jan van Eyck. A mais conhecida e um retrato, Giovanni Arnolfini e Sua Mulher, datado de l434. É a primeira pintura que apresenta duas personagens não pertencentes à aristocracia no seu próprio ambiente e com trajos habituais. É notável pelo evidente estudo do caráter e grande domínio da técnica. O pequeno cão está tão admiravelmente pintado e observado como os seus donos.

UM DOADOR (PORMENOR) - RETÁBULO DE GHENT - 1432 
GHENT, CATEDRAL DE ST. BAVON
(Clique na figura para ampliar)


Entre as obras atribuídas a Ian van Eyck, estão os quadros que presentemente se encontram na Gcmäldegaleric, em Dresden, na National Gallery de Washington, na National Gallery de Melbourne, no Louvre, em Paris, e em Berlim Oriental e Ocidental, no Staatliche Museen. Em alguns quadros, esta habilmente incluído um fundo de carácter arquitetônico e em todos há. Uma cor viva combinada com uma leveza notável no tratamento geral. Comum a muitas obras, É também um interesse notável pela subtileza do jogo da luz na paisagem.

OS ANJOS MÚSICOS - RETÁBULO DE GHENT - 1432 
GHENT, CATEDRAL DE ST. BAVON
(Clique na figura para ampliar)

OS PEREGRINOS (PORMENOR) - RETÁBULO DE GHENT - 1432 
GHENT, CATEDRAL DE ST. BAVON
(Clique na figura para ampliar)


A MORTE DA VIRGEM - JOOS VAN CLEVE - 1485-1540



A MORTE DA VIRGEM - 1515 - COLÔNIA WALLRAF-RICHURTZ-MUS
(Clique na foto para ampliar)

Pintor de retratos e assuntos religiosos Joos van Cleve, também conhecido como 0 Mestre da Morte da Virgem, nasceu provavelmente em 1485. Desconhece-se o nome da sua terra natal, mas supõe-se que fosse alemão, nascido na antiga cidade de Cleves, no Baixo Reno. Parece ter estado em Gênova durante o domínio de Filipe de Cleves, de 1501 a 1506, e provém deste período o seu interesse por um estilo de pintura de influência italiana. Em 1511, tornou-se mestre da Guilda dos Pintores de Antuérpia.
Joos foi contemporâneo e rival de Quentin Massys, e muitos dos retratos que lhe são atribuídos mostram um frio realismo que faz lembrar Massys, ou mesmo Hans Holbein. A influência italiana, principalmente de Leonardo da Vinci, está patente no uso que faz do claro-escuro, modelando as formas com um contorno opaco, em contraste com o contorno delicado e transparente usado por Hans Memling e pela geração anterior de pintores.
Joos foi eleito deão da Guilda dos pintores de Antuérpia em 1519, e novamente em 1525. Teve um certo número de aprendizes em sua Oficina entre 1516 a 1530, ano da sua saida dos Países Baixos. Nessa altura foi trabalhar na Corte Francesa, onde pintou vários retratos de Francisco I e de sua mulher.  Em 1536, visitou a Inglaterra, ao mesmo tempo que Holbeins, e fez o retrato de Henrique VIII, atualmente em Hampton Court.  Em 1540 , voltou a ser chamado a França para pintar o retrato da família real reunida.  Seu filho, Cornelis van Cleve, foi pintor de retratos e temas religiosos.

A Morte da Virgem, 1515 Colônia, Wallraf-Richurtz-Mus.

ESCULTURA EM RELEVO COMEMORATIVA

O Primeiro grande monumento oficial do Império Romano é o Altar da paz Augusta, a Ara Pracis, erguido entre 13 e 9 A.c. a sua decoração esculpida constitui-se uma magnifica expressão de ideias e esperanças de uma nova era. O painel Tellus simboliza, por meio de uma alegoria em estilo helênico, a paz e a prosperidade do mundo romano; o friso do cortejo e não só o registo autêntico de um acontecimento, mas também uma criação magnifica e digna, inspirada na arte clássica grega. A requintada decoração floral que ornamenta a construção foi esculpida por artifices gregos no mais puro estilo helenístico. 
TRIUNFO DE TITO - ARCO DE TITO - 80 A.C. - ROMA
(Clique na foto para ampliar)

O friso do cortejo está na origem de uma tradição romana de relevo histórico. Constitui uma tentativa manifestamente feliz para atingir o realismo, usando os planos recuados do relevo para mostrar profundidade e espaço. Ainda durante um século ou mais, os escultores continuaram a interessar-se por estes problemas, e a tentativa mais bem sucedida de tal escultura em relevo tridimensional pode ver-se no famoso painel do cortejo do Arco de Tito, cerca do ano 80, que dá uma impressão de vida real e movimento surpreendidos momentaneamente pelo espectador. Nem todo o relevo histórico romano tentou esta espécie de realismo. Muitas vezes são introduzidas figuras alegóricas gregas em cenas históricas, e a ideia de apoteose imperial associa na mesma cena deuses e homens em simples convivência.
FRISO PROCESSIONAL - ALTAR DA PAZ AUGUSTA - 13-9 A.C. - ROMA
(Clique na foto para ampliar)

Os relevos da Coluna de Trajano (c. 110) (A, B), representando as campanhas do imperador na Dacia, adoptam um estilo realista, baseado, sem dúvida, nos relatos de testemunhas oculares. Os relevos, que envolvem em espiral o fuste da coluna, apresentam-se segundo o chamado «método de narrativa continua>›, no qual as cenas se fundem umas nas outras sobre um fundo continuo. A prática da alegoria foi preferida no tempo dos imperadores Adriano e Antonino, no século II, sendo as grandes composições em painel deste período muitas vezes pomposas e de concepção inverossímil (p. 26). No fim do século ir e no século III, dá-se a reação inevitável a este estilo, devida em parte a mudança de ideias artísticas, que parece proceder de muitas fontes diferentes uma reação <<popular›› na própria Roma e fortes influências das tradições artísticas das províncias romanas orientais. 
ORNAMENTO ESPIRALADO FLORAL - ALTAR DA PAZ AUGUSTA - 13-9 A.C. - ROMA
(Clique na foto para ampliar)

Algumas das características desta mudança podem observar-se no contraste entre os relevos da Coluna de Trajano e os da Coluna de Marco Aurélio (c. 180), que obedeceram ao mesmo princípio de decoração. Os artistas do último monumento pareciam estar mais interessados em exprimir o horror e o sofrimento da guerra do que em dar um testemunho realista dos acontecimentos; e, para tal, estavam dispostos a distorcer feições, exagerar gestos e prestar menos atenção à modelação e à. proporção. O termo ‹‹expressionismo›› tem sido usado para exprimir as tendências opostas ao naturalismo orgânico da arte helenística: um novo gosto que admite durezas de composição, incertezas de proporção, gravura ou escultura descuidada, e se concentra mais na expressão de ideias e sentimentos. Estas tendências podem ser estudadas nas ricas séries de sarcófagos esculpidos no século III. Alguns, como o do Filósofo, do Museu Luterano, revelam as esperanças e aspirações daqueles que viveram nos tempos agitados dos fim do Império.

COLUNA DE TRAJANO - PRINCÍPIOS DO SÉCULO II - ROMA
(Clique na foto para ampliar)

INFLUÊNCIAS GREGAS NOS SÉCULOS III E II A.C

Infelizmente, a maior parte da estatuária grega original perdeu-se ou foi destruída, mas nos tempos romanos era tal a sua popularidade que se executou um grande número de cópias, muitas das quais chegaram aos nossos tempos.
Relíquia geralmente aceite como original grego é 0 Hermes de Praxíteles (A), encontrado em 1877 e do qual parece que não se fizeram cópias. Três das estátuas mais copiadas foram o Dia-
dumeno c 0 Doríforo, ambas de Policleto, e o Discóbolo, de Míron (B, c, D).
Hermes com o Dionisos Menino, c. de 350 a. C.


PRAXÍTELES - HERMES COM DIONISOS MENINO - 350 A.C - MUSEU OLÍMPIA - GRÉCIA
(clique na foto para ampliar)


Influências gregas nos séculos III e II a. C.
Um furor de colecionar e saquear esculturas, pinturas e outras obras de arte caracteriza a primeira fase do contato direto dos Romanos com os centros artísticos do mundo grego. Nos séculos e II e III a. C., foram levados para Roma enormes despojos que engalanavam os cortejos triunfais dos generais romanos, o que criou um entusiasmo pela arte grega que assegurou a sobrevivência da tradição helênica no Império Romano. No século Ir a. C., os Romanos substituíram os reis helenísticos como patronos eminentes dos artistas gregos, e um romano opulento do tempo de Cícero (106-43 a. C.) necessitava de ter as paredes da sua casa pintadas em estilo grego, os pavimentos de mosaicos gregos e Os nichos cheios de cópias de obras-primas da escultura grega. Os romanos deste período começaram também a fazer exigências aos artistas gregos, que não se podiam satisfazer simplesmente com a imitação de um passado admirável. 

POLICLETO - DIADUMENO - 440 A.C - (CÓPIA ROMANA) - MUSEU NACIONAL - ATENAS
(clique na foto para ampliar)


Um patrício ou nobre romano, quando encarregava um grego de lhe esculpir o retrato, exigia o gênero de realismo que assentava nas suas próprias tradições de retrato. Um general vencedor podia encomendar uma escultura ou pintura comemorativa, que ele pretendia constituísse registo autêntico de factos, como a Cerimónia do Recenseamento, representada no bem conhecido relevo do chamado Altar de Domitius Aenobarbus (A, ia).

Contratava um arquiteto grego para desenhar um quadro comemorativo, as o dia ser decorado em estilo que era essencialmente romano na forma, grego. Nestas combinações de ideias romanas com a perícia artística grega devem encontrar-se as origens de uma arte especificamente romana, bem explícita na ideia de «arte grega ao serviço de Roma>>. Os artistas eram romanos.na sua maior parte gregos, mas as ideias romanas.


POLICLETO - DORÍFORO - 450 A.C ( CÓPIA ROMANA) - NÁPOLES - MUS. NAZIONALE
(Clique na foto para ampliar)


MÍRON DISCÓBOLO - 460-450 A.C. - (CÓPIA ROMANA) - ROMA - MUS. NAZIONALE
(Clique na foto para ampliar)


PORTADORES DE COURAÇAS - DATA 1486


PORTADORES DE COURAÇAS - DATA 1486 - HAMPTON COURT - LONDRES - COL. REAL
(clique na imagem para ampliar)

a continuidade da tradição clássica tem sido, ate ao seculo XX, um dos aspectos mais notáveis da arte ocidental.  E aos Romanos que devemos a sobrevivência da tradição grega através dos seculos do Império e a sua transformação na arte do mundo bizantino e cristão.  Alem disso, a restauração da tradição clássica no período do Renascimento inspira-se não diretamente no mundo grego, mas na tradição greco romana redescoberta na Itália esta breve introdução trata de alguns aspectos da época romana que ilustram a continuidade da tradição clássica e o aparecimento de novas técnicas e fontes de inspiração na ultima parte do período
um dos grandes acontecimentos da vida romana consistia no cotejo triunfal de um general vitorioso quando do regresso da guerra... Todos os seus troféus eram transportados através das ruas, tal como neste quadro de fins do seculo XV pintado por Mantegna.


FREIRAS NO HOSPITAL DE ANTUÉRPIA & SÁTIROS NA CASA DE CAMPONESES


AS FREIRAS DO HOSPITAL DE ANTUÉRPIA - DATA 1640 - MUS ROYAL
(clique na imagem para ampliar)

1593-1678 - Jacob jordaens nasceu em Antuérpia, no ano de 1593, e ai morreu em 1678.  Depois da morte de Rubens, em 1640, foi considerado o mais apurado artista flamengo da sua época.  Tal como Rubens, Jordaens estudou, quando ainda era criança, sob a orientação de Adam van Noort, tendo casado com a filha deste em 1616.  Dois anos depois, pintou o seu primeiro quadro cuja data se conhece .  A adoração dos Reis Magos, de 1618, Atualmente em Estocolmo.  Por essa altura, ja era membro da guilda dos Pintores para a qual fora eleito em virtude do vigor das suas aguarelas, muitas das quais ainda hoje existem.  
Durante algum tempo, continuou a pintar assuntos religiosos, nomeadamente O martírio de Santa Apolônia, de 1628, que se encontra na Augustijnenkerk, em Antuérpia, e Os Quatro Evangelistas, de cerca de 1625,  pertencente ao Louvre. Estas obras de modo algum a propensao natural de seu espirito.  Depressa preferiu a perspectiva flamenga da vida, que se inclinava a pintar rostos alegres e coroados e corpos bem nutridos e opulentos.  A sua pintura começou a revestir-se de uma crueza repulsiva, com um colorido áspero e uma movimentação cheia de violência.
Quando tinha cerca de quarenta anos, Jordaens submeteu-se mais diretamente a influencia de Rubens, e a crueza da sua paleta e do desenho foi gradualmente substituída por um estilo de efeito muito mais agradável.  As cores tornaram-se mais suaves, as figuras mais graciosas, os contrastes menos acentuados.  Cerca de 1640, pintou Sátiro em Casa de Camponeses e O Triunfo de Baco, que figuram entre as obras que nos mostram em seu melhor estilo.  Mais tarde ainda, Jordaens atingiu um nível ainda mais elevado, dominando uma paleta de notável esplendor e riqueza, como, por exemplo,  no Vendedor de Fruta, de cerca de 1650, e no Triunfo do Príncipe Frederik Hendrik, de 1652. Jordaens foi um artista de múltiplos talentos e tinha elevado numero de alunos.  Pintou numerosos retratos,  altamente apreciados.  Fez também desenhos para tapeçarias e muitos esquemas de decorações de mural.


SÁTIROS EM CASA DE CAMPONESES DATA 1640 - BRUXELAS - MUS ROYAUX
(clique na imagem para ampliar)


CARLOS I - DA INGLATERRA


CARLOS I - DA INGLATERRA - CAÇANDO, DATA 1635 PARIS - LOUVRE
(clique na imagem para ampliar)

No fim de março de 1632 Van Dyck regressou a Londres, onde com excepção de breves visitas a Antuérpia e a paris, permaneceu ate morrer.  Carlos I de Inglaterra e sua mulher Henriqueta maria, cobriram-no de honrarias.  Retratou-os e aos seus cortesanos varias vezes.  O plano de Van Dyck para a decoração da sala de banquetes em Whitehall, onde Rubens pintaria o teto com cenas alusivas a guerra e a paz, nunca foi executado.  No entanto o rei deu a Van Dyck uma substancial Pensão, uma residencia de verão em Eltham Palace, condecorou-o elevando-o a cavaleiro em 1632 e deu-lhe uma noiva Inglesa, a filha de Sir Patrick Ruthven.
Rubens morreu em 1640 e Van Dyck pensou regressar a Antuérpia, node permaneceu durante pouco tempo.  Pediram-lhe que terminasse o trabalho que Rubens deixara inacabado,  mas recusou e regressou a Inglaterra,  de Guilherme II de Orange e da princesa Mary, estão agora em Amsterdã.
Morreu na sua casa em Blackfriars,  Londres em 1641, e foi sepultado na Catedral de St. Paul, em Londres.

                   CARLOS I - DA INGLATERRA - A CAVALO, DATA 1632 - LONDRES
                                                   (clique na imagem para ampliar)

domingo, 26 de julho de 2015

A LAMENTAÇÃO - DATA 1634 MUNIQUE, ANTHONY VAN DYCK



Quase toda a gente a quem se peça que de um exemplo de um trabalho de arte indicara uma pintura, e, no mundo ocidental sera em geral uma pintura europeia de depois do Renascimento.  Talvez não haja defesa logica para semelhante ração instintiva, mas esta deve, ate, certo ponto.  Determinar o modo de aproximação de qualquer historia da arte.  Mesmo que constitua o dever de um historiador e critico corrigir esta tendencia, deve faze-lo com cautela.  Porque do contrario, o leitor em potencia ficara embaraçado.
                               A LAMENTAÇÃO - DATA 1634 MUNIQUE, .VAN DYCK
                                            (clique na foto para visualizar em tamanho grande)

Ha contudo algumas boas razoes históricas e psicologísticas para esse preconceito geral primeiro a razão psicológica embora a arte seja um termo que inclui todas as belas artes poesia e musica asimo como arquitetura, pintura, gravura e escultura e o seu aspecto visual que mais diretamente afeta as nossas vidas porque esta sempre connosco e faz parte de tudo o que nos rodeia.. A musica a poesia são artes particulares e carecem de uma aproximação deliberada por parte dos auditores... Não constituem objetos físicos presentes pois atuam invisivelmente na nossa sensibilidade. Não se trata da questão de importância relativa das artes quem pode afirmar que Rafael ou Cezanne são mais importantes que Shakespeare ou Mozart trata-se sim de uma mera questão de acessibilidade e também de uma questão de impacto sensorial.  Os olhos não são mais sensíveis dou mais biologicamente essenciais que o ouvido, mas, excepto no sonho encontram se em funcionamento permanente, enquanto ouvimos ou lemos alguma coisa apenas ocasional ou intermitentemente, sendo maior o esforço exigido para isolar as faculdades precisas para ouvir musica ou ser poesia ha, de fato, um descuido comum do esforço ou atenção necessários para apreciar um trabalho de arte visual e e essa a nossa razão porque um volume intitulado como apreciar a arte foi incluído nesta serie contudo somos por assim dizer mais facilmente acessíveis a impressões visuais que a sensações de qualquer outra especie.

ASSINATURA ANTHONY VAN DYCK
(Clique na foto para ampliar)

historicamente as artes visuais também tem um acerta prioridade. a pintura e escultura pre histórica e ainda uma realidade visual e não conhecemos qualquer outra arte de tal antiguidade a musica era uma das artes dos tempos clássicos mais ainda constitui uma arte largamente desconhecida para nos ou apenas acessível aos pesquisadores eruditos  E verdade que a arte da pintura sobreviveu ao período grego e romano apenas em fragmentos mas estes são suficientes para estabelecer uma relação visual como o ultimo período e a arquitetura e a escultura ajudam a estabelecer cânones de toda a arte visual desse período.
falamos da idade das trevas, e imaginamos um período em que a cadeia visual foi quebrada mas como veremos no primeiro volume dedicado as origens da arte ocidental e continuidade pessoas dos mestres e alunos fosse quebrada de tempos em tempos. os monumentos visíveis sobreviveriam e forneceriam inspiração de geração para geração. não e apenas psicologicamente improvável, mas historicamente falso imaginar períodos sem arte a evidencia continua patente na terra e todos os anos os arqueólogos a tornam positiva.
contudo um dos principais propósitos de um empreendimento como o presente consiste em estabelecer a continuidade histórica de uma das atividades mais essenciais do homem e faze-lo pelo meio mai vivido. e também pelo meio mais humano não ha a intenção de estabelecer hierarquia entre artes visuais, mas a pintura e a escultura distintas das arquitetura e artes aplicadas estão mais diretamente ligadas ao nosso destino humano com o homem e a mulher na sua situação existências referencia a Deus ou ao desconhecido estabelecendo relações entre indivíduos ou entre sociedades, reconciliando o amor e o ódio, a vida e a morte a existência terrena e imortalidade espiritual  A poesia e a musica tem a mesma relação mas como já foi dito não tem a mesma premência.  Apenas a pintura e a escultura e esta em conjunto com a arquitetura podem incluir todos o destino da humanidade numa imagem visual acessível a toda essa humanidade por esta razão as catedrais da idade media, cheias de toda a especie de imagens visuais eram chamadas bíblias dos iletrados o que no seculo VI abarcava quase toda população.