PORMENOR DE CHÃO DE MOSAICO - SÉCULO IV - PIAZZA - AMERINA - SICÍLIA - VILA
ROMANA DEL CASALE
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Pintura decorativa romana
Os nossos conhecimentos sobre a pintura romana não provêm da
arte oficial de Roma, mas da decoração de casas particulares e túmulos. Do século
ir a. C. ao ano 79 da nossa era, a história da pintura romana decorativa encontra-se
bem documentada nas paredes das casas de Pompeia e Herculano, assim como em
delicados exemplares em Roma e noutras partes da Itália. Do ano 79 em diante, a
evidência é muito mais fragmentária algumas casas, túmulos pintados e, a partir
do século In, as pinturas das catacumbas cristãs em Roma.
DISCÓRIDES DE SAMOS - MENDIGOS E MÚSICOS - 100 A.C. - NÁPOLES - MUSEO NAZIONALE
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O primitivo estilo romano de decoração interior é comum numa
vasta área do território helenístico, e certamente foi introduzido na Itália
vindo do Leste da Grécia. Nesse estilo, a parede era concebida para dar a ideia
de placas de mármore de diversas cores, imitando as construções de alvenaria da
Grécia (p. 167). Este estilo primitivo foi a base arquitetural de toda a
decoração interior romana que se seguiu. O chamado «estilo de Pompeia»
transformou esse esquema-base, fazendo um retrocesso da parede por meio da
perspectiva da arquitetura, que, segundo parece, deriva dos cenários de teatro helênico,
mostrando uma vista de um parque e jardim ou figurando cenas e paisagens atrás
de colunas. Os maiores frisos pintados, tais como os da Villa dei Misteri, em
Pompeia (p. 168), ou as Paisagens da Odisseia, agora estão ligados a este
segundo estilo de decoração. Correntes posteriores em desenho decorativo consistiam
em fazer as paredes ou parte delas como se fossem um biombo aparentemente
ocultando a vista, ou, por vezes, como uma superfície plana, dividida em
painéis por desenhos de fantástica arquitetura, como os «grotescos» da Casa
Dourada de Nero que inspiraram a obra de Rafael nas Loggie do Vaticano. O estilo
de decoração de paredes compreende muitas vezes painéis pintados sobre o fundo.
O CAVALO DE TRÓIA - DE POMPEIA - SÉCULO I - NÁPOLES - MUSEO NAZIONALE
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O último estilo do ano 70, aproximadamente, introduz
novamente visões barrocas de arquitetura no plano de fundo. Nos esquemas de
decoração, os artistas introduziam uma rica variedade de motivos *frisos e
painéis, vistas de mar e campo, paisagens com figuras, naturezas-mortas,
retratos, etc. A origem desta pintura vem, na sua maior parte, da Grécia,
conquanto não seja fácil avaliar, pois as antigas versões romanas diferem das
originais sobre elementos de pintura romana.
O CAVALO DE TRÓIA (PORMENOR) - DE POMPEIA - SÉCULO I - NÁPOLES - MUSEO NAZIONALE
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O problema é bem claro nas ambiciosas composições de frisos
no segundo estilo de paredes por exemplo, as que mostram as cerimónias da iniciação
dos ritos dionisíacos na parede de um quarto da Villa dei Misteri, em Pompeia,
onde as figuras são nitidamente inspiradas na arte helenística, apesar de toda a
composição ser provavelmente feita por um romano da época. O mesmo problema surge
no caso das cenas campestres que ilustram o décimo e undécimo livros da
Odisseia, encontrados numa casa do Monte Esquilinho, em Roma, e atualmente na
Biblioteca do Vaticano. Uma das características da última pintura helenística
consiste no excessivo interesse pela paisagem, mas ignora-se o que as cenas
panorâmicas, apresentadas como vistas de um ponto alto, com emprego considerável
da perspectiva linear e aérea, devem ao estilo da época em que foram
executadas. Como no caso da escultura, os pintores da época romana
interessavam-se imenso pelos problemas do espaço e da perspectiva.
RAFAEL (PORMENOR) - DECORAÇÃO DA LOGGIA - 1519 - ROMA - VATICANO
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De facto, nunca terminavam uma linha aérea de perspectiva,
mas continuavam-na através da criação de magistrais efeitos ilusórios, como na Entrada
do Cavalo na Cidade de Tróia e, em várias paisagens daquele período. Essas pinturas eram feitas num estilo que se
poderia
Chamar impressionista, com as figuras modeladas em manchas de
tinta em claro-escuro.
Apesar de serem feitas por artistas modestos, os grandes
painéis pintados com composições do terceiro e quarto estilos de Pompeia têm um
interesse especial pela luz que projetaram nas obras-primas da pintura grega.
Não há dúvida de que muitos foram copiados pelos famosos pintores gregos dos períodos
clássico e helenístico, de que ainda existem várias réplicas.
Um exemplo típico consiste no quadro que nos mostra o herói Perseu
libertando Andrômeda. O que sabemos sobre as últimas pinturas gregas provém
dessas cópias romanas, conquanto esse conhecimento deva ser empregado
cuidadosamente, visto que as réplicas diferem muito umas das outras. Mas nem
todos os assuntos da pintura romana decorativa são gregos. A predileção por paisagens
e jardins, como o magnífico jardim da Villa de Lívia, na Prima Porta, parece ser
romana, assim como o gosto pelas naturezas-mortas e composições em trompe
Depois da destruição de Pompeia, no ano 79, é muito
fragmentada a informação sobre o desenvolvimento da pintura romana. Continuaram
a ser usadas as mesmas bases de decoração, e as paredes pintadas de Óstia e de
outros locais ainda existentes são versões inferiores ou simplificadas de
esquemas já conhecidos em Pompéia. Só se podem tirar as conclusões mais
incertas sobre o estilo das figuras pintadas. No tempo de Trajano e Adriano, na
primeira metade do século II, houve uma restauração do classicismo, com os seus
finos contornos e precisa modelagem a cor, o que parece ter sido continuado no período
antonino (138-192) pelo renascimento da maneira impressionista.
RAFAEL - A VIDA DE JESUS - DO TETO DA LOGGIA, 1519 - ROMA - VATICANO
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Decoração em mosaico
A tradição da decoração em mosaico, no Império Romano, está
estreitamente ligada à pintura. Os primitivos mosaicos de Pompeia eram executados
em pequeníssimas tésseras (pequenos cubos de pedra colorida) e imitavam as
pinturas gregas, tais como os famosos mosaicos de Alexandre, da Casa do Fauno,
em Pompeia, que se crê serem copiados de pinturas do século IV A. C. As pinturas
em trampe l`oeiI, cenas campestres e cenas de inspiração egípcia, parecem ser
de inspiração helenística. Nos séculos Ir e In, os esquemas para tapetes,
baseados no desenho geométrico, contendo figuras e outros pormenores pitorescos,
constituem a mais típica decoração em mosaico, mas todas as composições com figuras
em ponto grande que foram encontradas pertencem ao último período romano. Os
mais belos exemplares são os mosaicos do século IV, da Piazza Armerina, na
Sicília. No século IV, as mais belas decorações de tetos eram de mosaico,
segundo a moda característica da arte primitiva bizantina e da arte cristã. Um
dos mais expressivos exemplos é a decoração da abóbada do claustro de Santa
Costanza, em Roma, que data de meados do século IV.
O painel pintada é uma porção distinta da parede numa
espécie de moldura saliente. (Não se deve confundir com a emprega do termo que
designa uma pintura móvel, geralmente executada sobre madeira.)
Muitas paredes pintadas fórum transferidas para painéis de
madeira para conservação em museus. Às paredes de mosaico dentro de uma área
definida são também apresentadas como painéis.
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