A SAMARITANA JUNTO AO POÇO - FINS DO SÉCULO II - ROMA - CATACUMBA PRAETEXTATUS
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Cronologia das pinturas das catacumbas: séculos II e III
Mantém-se a controvérsia a respeito das pinturas das
catacumbas, em especial sobre a data das mais antigas. No século XIX, pensou-se
que eram anteriores ao século I, mas hoje julga-se terem começado no século II.
Possivelmente, as pinturas mais antigas de túmulos romanos
foram as da Cripta Ampliatus, na Catacumba Domitilla, na Via Ardeatina (A, B). Na base da parede existe um lambrim pintado
imitando mármore embutido e, acima deste, um anteparo parecido com uma série de
tremós formado por uma sucessão de colunatas estreitas que infundem a noção de desempenhar
realmente 'uma função estrutural. Esse género decorativo deriva do chamado «quarto
estilo pompeiano» e parece representar um compartimento numa casa particular.
Em confronto com um fresco de Óstia, dá a impressão de datar aproximadamente de
meados do século II.
Os frescos que adornam as abóbadas e alguns vastos nichos no
hipogeu dos Flávios, também na Catacumba Domitilla, são um pouco anteriores. Vários
desenhos de retângulos, triângulos, círculos e trapézios destacam-se de um
fundo claro. O interior, todo em volta, e' alegre e atraente, pela diversidade
de pequenas flores, folhagens, aves e outros pequeninos seres,
O SACRIFÍCIO DE ABRAÃO - 225-240 D.C - ROMA - CATACUMBA PRISCILLA
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Espalhados positivamente ao acaso. Esta técnica
impressionista nota-se particularmente no famoso cupido alado que se encontra
no alto de uma das abóbadas. Salienta-se pela sua atitude graciosa e pelo leve
adejar das finas asas (p. 178). A abóbada da galeria principal do hipogeu está
primorosamente decorada. A todo o comprimento tem suportes em que se enlaçam
trepadeiras, produzindo um efeito extraordinário. As próprias trepadeiras, em
conjunto com os tons pálidos do teto, dão a impressão de estarem iluminadas por
uma luz radiante.
As pinturas da Câmara de Urania, na Catacumba Praetextatus,
em Roma, que se descobriu agora serem do fim do século ir, contêm cenas do Novo
Testamento: a Ressurreição de Lazaro, a Samaritana junto do Poço (c) e a tão
falada Coroação de Espinhos (D). Estão feitas em escuro, com raios brancos e
amarelos em pontos estratégicos, dando-lhes extraordinário realce.
CENA DO CICLO DE SUSANA - FINS DO SÉCULO II - ROMA - CATACUMBA PRISCILLA
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Na Catacumba Lucina, em Roma, há pinturas com peixes
simbólicos, cestos com pão e vinho, representando Cristo e a Sagrada
Eucaristia. Na Catacumba Callixtus, também em Roma, existem cenas, que se julga
serem parte do Ciclo de Jonas, pintadas nas abóbadas da chamada Câmara dos Sacramentos.
Esses frescos são provavelmente anteriores ao século III, como os da Cappella
Greca, na Catacumba Priscilla, em Roma. O mais remoto (como, por exemplo,
Cristo Partindo 0 Pão) fica no exterior, sobre um fundo vermelho (p. 179); os
outros, mais recentes, como, por exemplo, os do Ciclo de Susana, têm a
contrastar um fundo amarelo (E).
Outra pintura executada nos meados do século III a famosa
Virgem Arenária e o Menino, na seção anexa da mesma catacumba (p. 180). É a
mais antiga pintura da Virgem que se conhece c parece irradiar um poderoso
sentimento humano e realista.
A COROAÇÃO DE ESPINHOS - FINS DO SÉCULO II - ROMA - CATACUMBA PRAETEXTATUS
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Outros frescos de grande mérito artístico são os que ornam o
hipogeu dos Aurélios. Apresentam as solenes figuras dos apóstolos ladeados por cenas
narrativas; estão retratados de acordo com o ritmo e as proporções clássicas,
com extrema leveza de formas. Os eruditos concordam quase unanimemente em que
essas pinturas devem datar de 225 a 240.
Aproximadamente a mesma época foi atribuída ao fresco
representando o sacrifício de Abraão, na Câmara Velata, da Catacumba Priscilla,
Onde a figura do patriarca contrasta com um fundo claro, numa composição extremamente bem equilibrada Representa o momento anterior ao sacrifício, quando Abraão se detém ao lado de Isaac, seu filho, que traz um molho de palha às costas. A técnica das pinceladas fortesie rápidas foi aplicada nas sombras claras dos olhos, do nariz e do queixo das duas figuras (F). Os frescos da domus ecclesine (casa-igreja) e a sinagoga em Dura Europos, na Mesopotâmia, pertencem ao mesmo período, ou até ao anterior. Dura Europos era uma cidade fronteiriça romana, descoberta em 1931.
DECORAÇÕES DAS PAREDES DA CRIPTA DE AMPLIATUS - 150 D.C. - ROMA - CATACUMBA DOMITILLA
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Onde a figura do patriarca contrasta com um fundo claro, numa composição extremamente bem equilibrada Representa o momento anterior ao sacrifício, quando Abraão se detém ao lado de Isaac, seu filho, que traz um molho de palha às costas. A técnica das pinceladas fortesie rápidas foi aplicada nas sombras claras dos olhos, do nariz e do queixo das duas figuras (F). Os frescos da domus ecclesine (casa-igreja) e a sinagoga em Dura Europos, na Mesopotâmia, pertencem ao mesmo período, ou até ao anterior. Dura Europos era uma cidade fronteiriça romana, descoberta em 1931.
Tinha sido capturada e destruída pelos Persas no ano 256,
pelo que os achados ali efetuados se revestiram do maior significado para
determinar a data desses antigos frescos. Os da domus ecclesíae que representam
cenas do Antigo e Novo Testamentos e constituem os mais antigos frescos de
baptistério existentes; os da sinagoga proporcionaram o único exemplo hebraico
de paredes cobertas inteiramente de pinturas (p. 181). Um dos mais importantes
aspectos das pinturas de Dura Europos é a enorme série de assuntos dos dois
Testamentos.
DECORAÇÕES DAS PAREDES DA CRIPTA DE AMPLIATUS - 150 D.C. - ROMA - CATACUMBA DOMITILLA
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