ESTÁTUA DO IMPERADOR AUGUSTO - VILA DE LÍVIA - PRIMA PORTA - 14 D.C.
(Clique na foto para ampliar)
0 mesmo desenvolvimento artístico que a escultura imperial
em relevo. O realismo rígido do retrato no fim da República, nos derradeiros
anos do último século antes de Cristo, transforma-se, pela perícia e delicadeza
da escultura helenística, num gênero que, embora firmemente baseado na Natureza,
idealiza as feições humanas. Estas características encontram-se bem
patentes nos retratos oficiais idealizados do imperador Augusto, dos quais o
mais belo é a famosa estátua da Villa de Lívia, na Prima Porta (D). Mostra o
imperador em trajos militares; os relevos da couraça comemoram no ano 20 a. C.,
dos estandartes capturados pelos Partos na batalha de Carras. A pose deriva de
uma estátua clássica grega, 0 rosto e a figuras mostram o imperador como ele
desejava aparecer ao mundo. Tal como os relevos históricos, a escultura de
retrato imperial tem a sua forma grandiosa e o seu estilo naturalista mais íntimo.
Há bustos de Augusto que o apresentam como um homem em trajo civil, mais dócil,
mais sensível, embora se revelem, não obstante, idealizados na concepção.
A arte de retrato de um reinado depende, em larga escala, do
gosto particular do imperador. Com os imperadores Flavianos registou-se uma reação
contra a tradição idealística nos estudos do retrato de Vespasiano
No tempo de Trajano e Adriano, a tendência idealista volta
ao primeiro plano. Nota-se principalmente na barba dos retratos do imperador
Adriano e nas estátuas do seu favorito Antínoo (B), que morreu no ano 130, e
cujos retratos foram encontrados em diversos lugares do Império Romano. Nos
retratos de Marco Aurélio (161-180) (p. 30, c), há uma mudança fundamental, do
mesmo género de ‹‹expressionismo›> encontrado nos relevos históricos da
época. Os escultores atentavam muito mais na interpretação das características
fisicas do homem. Tentaram pôr de parte elementos de carácter e experiência, e
simplificar, ou até mesmo modificar, o rosto e a expressão. Em muitos retratos
do século nr, como na cabeça do imperador Trajano Décio (C), notam-se, como
decerto '-se pretendia, os sofrimentos e as tragédias da época transparecendo
nos olhos. Ao primeiro relance, o estilo pesado dos retratos do tempo de
Diocleciano, no fim do século III, é uma reminiscência da pintura republicana;
mas a escultura, simplificando a forma, tenta levar a uma visão completamente diferente,
que, alguns anos mais tarde, conduz à nova concepção da pintura, em que a
Natureza era transformada num desprendimento desumano de uma pureza simbólica
que exprimia a majestade do imperador Constantino
CABEÇA DE VESPASIANO - 70 D.C. - LONDRES - BRITISH MUSEUM
(Clique na foto para ampliar)
BUSTO DE MARCO AURÉLIO - 175 D.C. - ROMA - MUSEO NAZIONALE ROMANO
(Clique na foto para ampliar)
Nenhum comentário:
Postar um comentário